quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Enfim, as histórias!

Jovem Repórter conta tudo que ouviu durante as oficinas dessa semana
Por Louise Teixeira

Há quem ainda fique tímido durante as oficinas do projeto “Minha Rua Tem História”. Porém, o encontro desta terça feira foi bem dinâmico e interativo.

Antes de cada um contar as histórias tão aguardadas sobre a árvore da sua rua, os responsáveis pela oficina começaram com um exercício de criação. Cada um tinha que continuar a história iniciada pelos outros. Mesmo não entendendo muito bem o objetivo do exercício proposto por Juliana Roubert, todos se saíram muitso bem.

Após o exercício, cada aluno pôde contar a história da árvore da sua rua. Confira!


A Árvore matel
>> Ester de Oliveira >> Rua Dulce Peixoto >> Bairro Palhada

"A minha história é de uma senhora lá da rua. Na Rua Dulce Peixoto tem uma senhora cujo nome é Ivete. Ivete gosta muito de plantar árvores e ervas medicinais e pés de frutas. Sua calçada sempre teve bastante árvores. Do outro lado da sua calçada havia um canteiro com árvores e plantas, como pé de algodão e bananeira etc. Debaixo dessa bananeira e desse pé de algodão muita coisa acontecia, muitas das vezes coisas até que Deus duvida. Sentava gente pra fazer fofoca, para tomar uma fresca, até pra fumar um baseado.

Mas o mais engraçado é que debaixo dessa bananeira, mesmo com todos os bichos que ali havia, até uma criança foi feita. Por incrível que pareça, a menina nasceu com cara de banana e adora banana. Mas certo dia o progresso chegou à rua, com obras para asfaltar. A obra começou e o canteiro teve que ser derrubado. Juro por Deus! A mãe da menina brigou muito para que não derrubassem as árvores, pois queria fazer outra criança com cara de morango. Não teve jeito. Ela chegou a ficar deprimida, acho que ela queria usar a árvore como hotel de novo.
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A árvore da vida
>> Josilene de Oliveira da Silva >> 24 anos

"Na minha rua tem uma árvore que minha cunhada plantou quando estava grávida de Amanda. Nasceram duas árvores, mas somente uma vingou. Hoje, a árvore tem sete anos, é muito grande e dá uma boa sombra. Crianças brincam, senhores jogam baralho, jovens namoram, pessoas fazem fofoca embaixo dela. Ás vezes quando a gente faz churrasco também é debaixo dela".
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Bandão na esquina
>> Daiane Cortes

"A história é a da árvore de lá de perto de casa. Eu peguei uma manga lá, só que verde. Daí meu tio subiu mais alto e pegou uma manga mais madura. Eu saí correndo atrás dele para pegar a manga, mas ele não me deu. Aí ele falou que, se eu pegasse a manga, ele ia me bater. Ele foi e guardou a manga na geladeira, e quando ele saiu, eu fui e dei uma mordida na manga e virei de cabeça pra baixo. Quando ele chegou e viu a manga, saiu correndo atrás de mim e me deu uma banda lá na esquina! E eu me ralei toda. Tenho a marca até hoje!
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'A sirigüela da Márcia'
>> Rosana de Oliveira Rosa >> 22 anos

"Eu tenho uma amiga que se chama Márcia. Um dia, ela estava passando pela rua e pediu para o vizinho uma muda de 'sirigüela'. Ela deixou a muda no balde de molho e no outro dia plantou. Ela ficou observando crescer e regando todo dia. Fez até uma cerquinha para a árvore. Hoje, ela está com um metro e sessenta, quatro anos de idade e cada vez mais linda, dando sombra para as pessoas fofocarem, namorarem e pegarem um ar fresco".
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A árvore torta
>> Marcela dos Santos Espósito >> 19 anos >> Rua Delfina Borges

"Agora eu vou contar a história de uma árvore que tem na minha rua. Na verdade, essa árvore é uma mangueira, plantada pelo avô do meu pai há muitos anos atrás. Uma vez eu cheguei a arrancar todas as folhas, mas assim mesmo ela cresceu, floresceu e deu frutos. Essa árvore já foi atropelada uma porção de vezes, mas só vou contar uma delas. Foi quando um caminhão deu ré e bateu na galha e quebrou. Assim a árvore ficou um pouco torta, mas ela ainda vive e dá frutos".
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A árvore da fofoca
>> Angélica de Oliveira Pereira >> 23 anos >> Rua Taioca

"Na verdade, na minha calçada tinha uma árvore. Mas por causa de algumas coisas, foi cortada. Ela era pequena e ficava entre a minha calçada e a do vizinho, mas ficava mais para o nosso. Quando o tempo estava bem quente, ficávamos embaixo. Eles cortaram porque a gente ficava falando alto. A árvore ficava bem embaixo da janela do quarto deles.

Eles chegaram a queimar, tacaram fogo. Chegaram até a arrancar o cimento que tinha em volta pra gente não sentar. “Mas, mesmo assim, eu plantei outra no mesmo lugar, e agora eles não mexem mais.”
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O pé de jamelão
>> Renato Julião Gonzaga >> 19 anos >> Av. Antônio Borges

"Lá no meu quintal tinha um pé de jamelão e a gente sempre subia nele pra comer as frutinhas. Às vezes, quando caía um temporal, a gente não podia passar com roupa limpa, pois caía na gente e manchava na hora. Por isso, a gente teve que cortar a árvore. Era uma sombra muito boa, mas sujava a gente."
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Minha árvore
>> Jaqueline Fonseca de Almeida >> 19 anos

"Essa é a história da árvore que da frente da minha casa. Meu pai comprou essa árvore em 89, no mesmo ano que eu nasci; comprou-a porque eu nasci. E ficou sempre lá, a árvore plantada numa lata de tinta, dentro de casa. Aí, em 2000, quando minha irmã nasceu, meu pai resolveu plantar a árvore do lado de fora e agora a árvore quase que triplicou de tamanho, em oito anos".
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Motel à passarinha
>> Juliana Cristina Siqueira >> 18 anos

"Todo mundo contou uma história de árvore motel. Eu também conheço uma árvore motel, só que é de bicho, tá, gente?! É de um passarinho. Lá em casa tem uma goiabeira e já é a segunda cria do passarinho, parece que ele não gosta de outro lugar para fazer os filinhos dele. Toda vez que a gente vai lá procurar, tem nenenzinho dele".
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Folha solta
>> Edson Nunes >> 23 anos

"Na minha casa tem várias amendoeiras. Eu não gosto porque amendoeira solta muita folha e deixa a rua suja. Mas em compensação, quando está cheia de folhas, dá uma sombra maneira. Na linha do trem tem muito pé de jamelão. Quando está na época, a gente come muito jamelão lá.
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Coco vazio
>> Maristela Souza da Silva >> 25 anos >> Rua Álvaro Chaves

“O irmão da minha vó veio lá de Brasília. De lá, ele trouxe um coqueiro nanico e plantou lá no quintal dela. Os anos foram passando e o coqueiro foi crescendo. Aí, quando finalmente o coqueiro começou a dar coco, minha vó ficou toda empolgada. Deu aqueles cocos amarelos. Quando ela foi abrir o coco, não tinha nada! Ela ficou tão revoltada que acabou cortando a árvore toda!"
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O ladrão de manga
>> Leonardo Doniquete

"Lá na rua tinha uma mulher, avó de uma certa pessoa, que tinha um pé de manga, e era chata pra caraca. Sempre que a gente subia no pé, ela jogava água. Aí, quando a velha morreu, cortaram o pé de manga. Agora não tem mais como pegar manga lá."
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As carambolas do Seu Maciel
>> Monique de Oliveira >> 22 anos

"Um dia eu estava na Dona Balbina, e o Emerson no quintal em frente, no Seu Maciel, onde tem um pé de carambola. Ele pulou o muro e roubou as carambolas. Aí, de repente, aparece Seu Maciel com um facão atrás do Emerson. Só que Seu Maciel não conseguiu pegar o Emerson".
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A árvore da Julieta
>> Tatiane Oliveira Lima >> 24 anos >> Rua Costa Bastos
(Esta história não é verídica)


"O amor de Julieta começou debaixo da árvore 'amorosa'. Esse foi o nome que ela e Ricardo colocaram. Era lá que eles se encontravam às escondidas, pois seus pais não aceitavam o romance deles. Na primavera, quando a árvore começou a dar os primeiros frutos, Juliana descobriu que ela esperava uma bênção divina, pois foi lá que eles fizeram esse fruto do amor".
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A casinha da árvore
>> Letícia Barroso de Souza >> 23 anos >> Av. Antônio Borges

"Quando eu era menor, ou melhor, quando eu tinha menos idade, porque eu não cresci muito, no meu quintal tinha uma árvore bem grande. Eu e meus primos fizemos uma casinha de folhas, galhos e barbante. A gente amarrava tudo. Infelizmente cortaram essa, que tinha a idade da minha avó.
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A árvore insistente
>> Bruna Julião Gonzaga >> Av. Antônio Borges

"Na minha rua tem uma árvore onde ficávamos Edson, Aline, Gisele, Alessandra e eu, todo mundo conversando. A gente fazia o dever de casa embaixo dela. Aí, tem um terreno vazio do lado, que estava cheio de lixo. Foram tacar fogo no lixo e acabaram queimando a árvore. Até que minha tia falou:

– Essa árvore tá muito feia. Vamos cortar.

Ela cortou e agora a árvore está crescendo de novo!
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O bosque dos miquinhos
>> Gisele Dominique >> 18 anos

"Lá no condomínio onde meu pai mora, em Campo Grande, tem um bosque que tem um monte de miquinhos nas árvores. Certo dia, eu fui lá com o meu filho para mostrar os miquinhos. Para meu espanto, cortaram todas as árvores e os miquinhos tinham ido embora.

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