Jovem Repórter conta tudo que ouviu durante as oficinas dessa semana
Por Louise Teixeira
Há quem ainda fique tímido durante as oficinas do projeto “Minha Rua Tem História”. Porém, o encontro desta terça feira foi bem dinâmico e interativo.
Antes de cada um contar as histórias tão aguardadas sobre a árvore da sua rua, os responsáveis pela oficina começaram com um exercício de criação. Cada um tinha que continuar a história iniciada pelos outros. Mesmo não entendendo muito bem o objetivo do exercício proposto por Juliana Roubert, todos se saíram muitso bem.
Após o exercício, cada aluno pôde contar a história da árvore da sua rua. Confira!
A Árvore matel
>> Ester de Oliveira >> Rua Dulce Peixoto >> Bairro Palhada
"A minha história é de uma senhora lá da rua. Na Rua Dulce Peixoto tem uma senhora cujo nome é Ivete. Ivete gosta muito de plantar árvores e ervas medicinais e pés de frutas. Sua calçada sempre teve bastante árvores. Do outro lado da sua calçada havia um canteiro com árvores e plantas, como pé de algodão e bananeira etc. Debaixo dessa bananeira e desse pé de algodão muita coisa acontecia, muitas das vezes coisas até que Deus duvida. Sentava gente pra fazer fofoca, para tomar uma fresca, até pra fumar um baseado.
Mas o mais engraçado é que debaixo dessa bananeira, mesmo com todos os bichos que ali havia, até uma criança foi feita. Por incrível que pareça, a menina nasceu com cara de banana e adora banana. Mas certo dia o progresso chegou à rua, com obras para asfaltar. A obra começou e o canteiro teve que ser derrubado. Juro por Deus! A mãe da menina brigou muito para que não derrubassem as árvores, pois queria fazer outra criança com cara de morango. Não teve jeito. Ela chegou a ficar deprimida, acho que ela queria usar a árvore como hotel de novo.
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A árvore da vida
>> Josilene de Oliveira da Silva >> 24 anos
"Na minha rua tem uma árvore que minha cunhada plantou quando estava grávida de Amanda. Nasceram duas árvores, mas somente uma vingou. Hoje, a árvore tem sete anos, é muito grande e dá uma boa sombra. Crianças brincam, senhores jogam baralho, jovens namoram, pessoas fazem fofoca embaixo dela. Ás vezes quando a gente faz churrasco também é debaixo dela".
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Bandão na esquina
>> Daiane Cortes
"A história é a da árvore de lá de perto de casa. Eu peguei uma manga lá, só que verde. Daí meu tio subiu mais alto e pegou uma manga mais madura. Eu saí correndo atrás dele para pegar a manga, mas ele não me deu. Aí ele falou que, se eu pegasse a manga, ele ia me bater. Ele foi e guardou a manga na geladeira, e quando ele saiu, eu fui e dei uma mordida na manga e virei de cabeça pra baixo. Quando ele chegou e viu a manga, saiu correndo atrás de mim e me deu uma banda lá na esquina! E eu me ralei toda. Tenho a marca até hoje!
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'A sirigüela da Márcia'
>> Rosana de Oliveira Rosa >> 22 anos
"Eu tenho uma amiga que se chama Márcia. Um dia, ela estava passando pela rua e pediu para o vizinho uma muda de 'sirigüela'. Ela deixou a muda no balde de molho e no outro dia plantou. Ela ficou observando crescer e regando todo dia. Fez até uma cerquinha para a árvore. Hoje, ela está com um metro e sessenta, quatro anos de idade e cada vez mais linda, dando sombra para as pessoas fofocarem, namorarem e pegarem um ar fresco".
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A árvore torta
>> Marcela dos Santos Espósito >> 19 anos >> Rua Delfina Borges
"Agora eu vou contar a história de uma árvore que tem na minha rua. Na verdade, essa árvore é uma mangueira, plantada pelo avô do meu pai há muitos anos atrás. Uma vez eu cheguei a arrancar todas as folhas, mas assim mesmo ela cresceu, floresceu e deu frutos. Essa árvore já foi atropelada uma porção de vezes, mas só vou contar uma delas. Foi quando um caminhão deu ré e bateu na galha e quebrou. Assim a árvore ficou um pouco torta, mas ela ainda vive e dá frutos".
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A árvore da fofoca
>> Angélica de Oliveira Pereira >> 23 anos >> Rua Taioca
"Na verdade, na minha calçada tinha uma árvore. Mas por causa de algumas coisas, foi cortada. Ela era pequena e ficava entre a minha calçada e a do vizinho, mas ficava mais para o nosso. Quando o tempo estava bem quente, ficávamos embaixo. Eles cortaram porque a gente ficava falando alto. A árvore ficava bem embaixo da janela do quarto deles.
Eles chegaram a queimar, tacaram fogo. Chegaram até a arrancar o cimento que tinha em volta pra gente não sentar. “Mas, mesmo assim, eu plantei outra no mesmo lugar, e agora eles não mexem mais.”
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O pé de jamelão
>> Renato Julião Gonzaga >> 19 anos >> Av. Antônio Borges
"Lá no meu quintal tinha um pé de jamelão e a gente sempre subia nele pra comer as frutinhas. Às vezes, quando caía um temporal, a gente não podia passar com roupa limpa, pois caía na gente e manchava na hora. Por isso, a gente teve que cortar a árvore. Era uma sombra muito boa, mas sujava a gente."
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Minha árvore
>> Jaqueline Fonseca de Almeida >> 19 anos
"Essa é a história da árvore que da frente da minha casa. Meu pai comprou essa árvore em 89, no mesmo ano que eu nasci; comprou-a porque eu nasci. E ficou sempre lá, a árvore plantada numa lata de tinta, dentro de casa. Aí, em 2000, quando minha irmã nasceu, meu pai resolveu plantar a árvore do lado de fora e agora a árvore quase que triplicou de tamanho, em oito anos".
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Motel à passarinha
>> Juliana Cristina Siqueira >> 18 anos
"Todo mundo contou uma história de árvore motel. Eu também conheço uma árvore motel, só que é de bicho, tá, gente?! É de um passarinho. Lá em casa tem uma goiabeira e já é a segunda cria do passarinho, parece que ele não gosta de outro lugar para fazer os filinhos dele. Toda vez que a gente vai lá procurar, tem nenenzinho dele".
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Folha solta
>> Edson Nunes >> 23 anos
"Na minha casa tem várias amendoeiras. Eu não gosto porque amendoeira solta muita folha e deixa a rua suja. Mas em compensação, quando está cheia de folhas, dá uma sombra maneira. Na linha do trem tem muito pé de jamelão. Quando está na época, a gente come muito jamelão lá.
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Coco vazio
>> Maristela Souza da Silva >> 25 anos >> Rua Álvaro Chaves
“O irmão da minha vó veio lá de Brasília. De lá, ele trouxe um coqueiro nanico e plantou lá no quintal dela. Os anos foram passando e o coqueiro foi crescendo. Aí, quando finalmente o coqueiro começou a dar coco, minha vó ficou toda empolgada. Deu aqueles cocos amarelos. Quando ela foi abrir o coco, não tinha nada! Ela ficou tão revoltada que acabou cortando a árvore toda!"
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O ladrão de manga
>> Leonardo Doniquete
"Lá na rua tinha uma mulher, avó de uma certa pessoa, que tinha um pé de manga, e era chata pra caraca. Sempre que a gente subia no pé, ela jogava água. Aí, quando a velha morreu, cortaram o pé de manga. Agora não tem mais como pegar manga lá."
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As carambolas do Seu Maciel
>> Monique de Oliveira >> 22 anos
"Um dia eu estava na Dona Balbina, e o Emerson no quintal em frente, no Seu Maciel, onde tem um pé de carambola. Ele pulou o muro e roubou as carambolas. Aí, de repente, aparece Seu Maciel com um facão atrás do Emerson. Só que Seu Maciel não conseguiu pegar o Emerson".
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A árvore da Julieta
>> Tatiane Oliveira Lima >> 24 anos >> Rua Costa Bastos
(Esta história não é verídica)
"O amor de Julieta começou debaixo da árvore 'amorosa'. Esse foi o nome que ela e Ricardo colocaram. Era lá que eles se encontravam às escondidas, pois seus pais não aceitavam o romance deles. Na primavera, quando a árvore começou a dar os primeiros frutos, Juliana descobriu que ela esperava uma bênção divina, pois foi lá que eles fizeram esse fruto do amor".
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A casinha da árvore
>> Letícia Barroso de Souza >> 23 anos >> Av. Antônio Borges
"Quando eu era menor, ou melhor, quando eu tinha menos idade, porque eu não cresci muito, no meu quintal tinha uma árvore bem grande. Eu e meus primos fizemos uma casinha de folhas, galhos e barbante. A gente amarrava tudo. Infelizmente cortaram essa, que tinha a idade da minha avó.
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A árvore insistente
>> Bruna Julião Gonzaga >> Av. Antônio Borges
"Na minha rua tem uma árvore onde ficávamos Edson, Aline, Gisele, Alessandra e eu, todo mundo conversando. A gente fazia o dever de casa embaixo dela. Aí, tem um terreno vazio do lado, que estava cheio de lixo. Foram tacar fogo no lixo e acabaram queimando a árvore. Até que minha tia falou:
– Essa árvore tá muito feia. Vamos cortar.
Ela cortou e agora a árvore está crescendo de novo!
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O bosque dos miquinhos
>> Gisele Dominique >> 18 anos
"Lá no condomínio onde meu pai mora, em Campo Grande, tem um bosque que tem um monte de miquinhos nas árvores. Certo dia, eu fui lá com o meu filho para mostrar os miquinhos. Para meu espanto, cortaram todas as árvores e os miquinhos tinham ido embora.
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